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Arquitetos: Elias Khuri Architects
- Área: 188 m²
- Ano: 2022
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Fotografias:Thomas Dallal, Elias Khuri
Descrição enviada pela equipe de projeto. As vilas palestinas destruídas em 1948 constituíram a primeira impressão arquitetônica, por assim dizer. Elas ilustram o que pode ser chamado de “cenas incompletas”: cacos de paredes, resquícios de piso, pilhas de pedras espalhadas ou um arco aberto em direção ao horizonte. É dentro desta visão arquitetônica que se localiza a “arquitetura Informal”; elas são feitas de tijolos inacabados, muitas vezes não rebocados; estão em constante construção, enredadas em um processo informal de crescimento e transformação. A casa existe nesse contexto desagregado e, definitivamente, pertence aos fragmentos da visão arquitetônica atual. Seu planejamento buscou oferecer uma solução para a arquitetura local, ao mesmo tempo em que sugeria novas interpretações da casa palestina.
12 Árvores/7 Cubos/5 Pátios - Localizada em al-Mashhad, uma das vila palestinas que se manteve firme mesmo após o estabelecimento de Israel em 1948, a Casa das Doze Oliveiras está situada no que já foi uma área agrícola famosa por suas abundantes oliveiras. Apenas algumas dessas árvores sobreviveram às expansões demográficas e urbanas e as casas residenciais substituíram as oliveiras sem nenhum planejamento prévio. Esta casa foi construída preservando todas as doze oliveiras que a rodeiam através da criação de uma relação sustentada entre o vazio e os blocos cúbicos, entre o exterior e o interior.
A forma do vazio - O espaço “escavado” remete à ideia tectônica da solidez das casas de pedra palestinas. A casa fecha-se para o exterior para se abrir a diferentes pátios e espaços tentando construir relações contínuas entre o interior e o exterior. Vazios de diferentes formas e tamanhos, diferentes alturas e diferentes bordas transformam esses espaços abertos ao céu, permitindo criar movimentos entre o interior e o exterior, dando a possibilidade de passar por diversas coberturas para criar sempre novos pontos de vista.
Elogio da luz/ Elogio da sombra - Todos os espaços internos da casa têm vista para mais de um espaço externo, e os cômodos se distribuem entre pátios, proporcionando diferentes graus de iluminação e sombra ao longo do dia. Esta distribuição permite que a luz e o ar passem de um vazio para outro, e as janelas emoldurem uma oliveira diferente a cada vez. As paredes se transformam em um espaço habitado por janelas profundas e assentos que olham para fora e para dentro.
A casa é construída com diferentes materiais naturais: pisos de pedra da Galileia, escadas esculpidas em pedra que lembram o uso das técnicas tradicionais palestinas, janelas de madeira e azulejos de cor verde-oliva.
A presença de árvores e vegetação, sombra e variação de luz e cor, gravidade e materiais naturais, além das referências ao patrimônio histórico e cultural, formam um profundo sentimento de pertencimento e identidade.